Decisões para enfrentar crise hídrica devem ser mais debatidas com a população, dizem especialistas

Decisões para enfrentar crise hídrica devem ser mais debatidas com a população, dizem especialistas

Santo André, 17 de junho de 2015 – O distanciamento da população das medidas que vêm sendo adotadas para enfrentar a falta de água foi uma das questões debatidas hoje, dia 17 de junho, no seminário “Desafios Ambientais Contemporâneos”, promovido pelo Semasa, com patrocínio da Caixa Econômica Federal.

O encontro tem como objetivo debater os hábitos atuais de produção, o consumo e o descarte de produtos e a disponibilidade de recursos naturais, como a água. Iniciada as 9h30, a primeira mesa-redonda do dia teve como tema “Impactos decorrentes da escassez hídrica”.

O superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Jr., abriu a discussão falando sobre como Santo André tem enfrentado o problema, lembrou que houve falta de planejamento dos órgãos gestores estaduais e federais e detalhou algumas medidas que cidade e a autarquia estão adotando.

Para Ney, planejamento e seriedade são as chaves para que a cidade se adapte ao cenário de maneira segura e satisfatória. “Precisamos entender que não se trata mais de uma crise hídrica. Essa não é uma situação passageira, conforme o termo sugere. Ela veio para ficar e nós estamos fazendo o nosso trabalho, para se adaptar”, disse. A abertura do seminário contou também com a participação do prefeito de Santo André, Carlos Grana, e do gerente geral da Caixa Econômica Federal, Adilson Sobral.

Na sequência, a professora Laura Bueno – coordenadora do programa de pós-graduação em Urbanismo da PUC/Campinas – palestrou sobre “Escassez hídrica e mudanças climáticas: adaptação planejada do espaço urbano ou ampliação dos conflitos socioespaciais?”. Também falando sobre a necessidade de união de forças e adaptação, comentou: “Essa deverá ser uma adaptação cultural, administrativa, social e política.”

Leandro Giatti – professor da faculdade de Saúde Pública da USP – foi o segundo convidado e falou sobre “Escassez hídrica: novos paradigmas e dilemas da relação ambiente e saúde”. Leandro frisou em seu discurso que o momento é de transição e união. “As soluções para essa e qualquer outra crise devem ser compartilhadas: precisamos pensar e agir integrados, envolver todos os setores, instâncias, poderes e níveis sociais.”

Após o discurso dos especialistas, um debate foi mediado pelo diretor de Gestão Ambiental do Semasa, Carlos Pedro Bastos, no qual os convidados puderam direcionar perguntas aos integrantes da mesa-redonda.

Entre as conclusões, uma opinião foi consenso: as decisões sobre o enfrentamento da escassez hídrica tomadas pelos gestores públicos devem ser abertas e mais debatidas com a população, que precisa se apropriar das medidas adotadas e conhecer as suas consequências.

Na parte da tarde, acontecerão outras duas mesas-redondas com palestras, seguidas de espaço para perguntas e debate, sobre os seguintes temas: “Desafios na implementação do Sistema de Logística Reversa”, às 13h30, e “Sustentabilidade na gestão dos resíduos da construção e demolição”, às 15h30.
Parte das atividades do Mês do Meio Ambiente, o seminário acontece no anfiteatro do Teatro Municipal. A participação é gratuita.

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