Semasa alerta população para cuidados na hora de descartar material cortante

Folhetos informativos estão sendo entregues pelos coletores de lixo nos bairros de maior incidência

Santo André, 10 de março de 2014 – O descarte de materiais cortantes, como vidros, louças e até seringas, envolve muito mais cuidado do que parte da população acaba adotando. Por conta da falta de atenção, muitas vezes os coletores de lixo se machucam durante o trabalho. Em Santo André, os dados revelam que um coletor se acidenta por dia ao executar o trabalho de coleta de lixo doméstico.

Para melhorar esta situação e garantir condições mais favoráveis aos trabalhadores, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) está investindo na distribuição de folhetos informativos à população. O material alerta para a problemática e dá dicas de como proceder para evitar estes acidentes.

Por exemplo, na hora de descartar materiais cortantes procure envolvê-los em papel, como jornais e revistas antigos e já destinados ao descarte. Se possível, faça o embrulho com papelão ou coloque-o dentro de caixas, evitando o contato dos coletores com os materiais.

Para o diretor do Departamento de Resíduos Sólidos, Edi Ferreira dos Santos, a ação da autarquia propõe medidas simples para garantir a segurança destes trabalhadores tão essenciais para o município. “A atitude dos moradores com relação a estes procedimentos faz toda a diferença. São pequenos cuidados que não demandam muito tempo e permitem a continuidade dos serviços com mais qualidade, uma vez que não precisamos ausentar o coletor por conta de acidentes, além de garantir a qualidade de vida dos trabalhadores”, explica.

Dados alarmantes – De acordo com uma pesquisa realizada pelo doutor e perito do Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Alves da Luz, a realidade dos acidentes de trabalho provocada por materiais cortantes em condições inadequadas de armazenamento é alarmante e extrapola os números de Santo André. Em sua pesquisa para a tese de doutorado, o perito constatou que nos municípios de Campo Grande (MS) e Penápolis (SP) o índice de acidentes por material perfuro cortante com coletores chegava a 76%, sendo 7% dos casos provocados por agulhas.

Em entrevista para a edição do segundo semestre do ano passado da revista Senac Ambiental, o especialista afirma ainda que 65% das enfermidades e dores relatadas pelos trabalhadores destas cidades, utilizados na pesquisa, se referiam a micoses, larvas e ao famoso bicho geográfico.

Pular para o conteúdo